Mãe, padrasto e tio participaram do homicídio da criança, concluiu investigação

FOTO: Cláudio Martins, Carlos Reis, Ronilson Medeiros e Bruno Emílio

A Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP) realizou nesta segunda-feira (22) uma coletiva de imprensa que detalhou as investigações que levaram à elucidação do homicídio de Rhaniel Pedro Laurentino da Silva, de 10 anos. Segundo o trabalho de investigação, realizado pela Polícia Civil, por meio da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), através dos delegados Ronilson Medeiros e Bruno Emílio, o crime foi cometido pela mãe, o padrasto e o tio da criança, que tiveram a prisão decretada na última sexta-feira (19) pela 10° Vara Criminal da Capital.

Os detalhes foram anunciados à imprensa pelo delegado-geral Carlos Reis e os delegados Ronilson Medeiros (coordenador da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoas – DHPP) e Bruno Emílio, que investigaram o caso, e contou com a presença do secretário Executivo da SSP, Cláudio Martins.

As investigações apontam que o corpo da criança foi encontrado 24 horas após a morte. Os laudos apresentados pela Perícia Oficial também mostram que houve abuso sexual e enforcamento.


De acordo com o delegado Ronilson Medeiros, o registro do desaparecimento de Rhaniel aconteceu no dia 12 de maio, quando Ana Patrícia Laurentino dos Santos, de 37 anos, mãe da criança, relatou o sumiço às autoridades. Segundo ela, o menino havia saído de casa por volta das 7h30 para ir a um reforço escolar e não havia retornado. Porém, durante as investigações, uma câmera de segurança de um estabelecimento comercial que fica no trajeto feito diariamente por Rhaniel não registrou sua passagem naquele dia.

Para o delegado Bruno Emílio, presidente do inquérito, as suspeitas sobre o envolvimento dos familiares no homicídio começaram após a prima de Rhaniel relatar que sofria abusos sexuais constantes por parte de Vítor Oliveira, de 28 anos, padrasto do menino.

No decorrer dessas investigações, os laudos periciais, realizados pela perita Claudia Maria Voss Villanueva Chroniaris, do Instituto Médico Legal (IML), apontaram que, além das lesões, o cadáver foi ocultado pelos autores do crime um dia antes de ser abandonado em uma rua, no bairro do Clima Bom. Já os peritos José Veras de Oliveira Silva e Rosana Coutinho, da Perícia Oficial, localizaram impressões digitais de Vitor e de seu irmão, Wagner Oliveira, de 25 anos, na cueca de Rhaniel, além constatar vestígios de material genético da criança em um preservativo descartado próximo ao corpo. Esses elementos foram cruciais para contribuir com a elucidação do caso.

Ainda segundo o delegado Bruno Emílio, mensagens encontradas no celular de Wagner comprovam que ele estava na casa da família no dia no crime. “Recuperamos uma mensagem trocada pelos irmãos na noite de 11 de maio, em que o Wagner convida Vitor para usar drogas, na residência da família, algo que a criança desaprovava e sempre reclamava para familiares”, informou. Para o delegado, esse seria mais um indício de que todos estavam com Rhaniel durante o crime. Ainda segundo as investigações, é provável que os criminosos tenham abandonado o corpo na madrugada do dia 13.

PC/AL